Scrum e Kaizen (Melhoria Contínua): uma relação de epifitismo

BromeliasEpifitas
Relação de epifitismo de uma bromélia com uma árvore. Fonte: meioambiente.culturamix.com

O Scrum precisa de Kaizen (melhoria contínua) numa relação de epifitismo, do mesmo modo que uma bromélia precisa de uma árvore para se sustentar. Uma relação epífita é quando uma espécie A precisa de outra espécie B para sobreviver, mas não prejudica a espécie B. A foto acima mostra uma bromélia que precisa de uma árvore como base.

Vamos às definições:

Scrum (n): Um framework no qual as pessoas podem resolver problemas complexos adaptativos, enquanto de uma forma produtiva e criativa entrega produtos do mais alto valor possível. http://www.scrumguides.org/

Kaizen: Melhoria contínua de um fluxo completo de valor ou de um processo individual, a fim de se criar mais valor com menos desperdício. http://www.lean.org.br

Scrum é um framework, não é metodologia, nem processo. O objetivo de ser um framework está em trazer práticas de gestão ágil para se encaixarem outras práticas (de gestão e de engenharia). As principais práticas do Scrum são:

  • Trabalhar em Sprints (iterações)
  • Realizar Reunião de Planejamento
  • Reuniões Diárias
  • Realizar Reunião de Revisão (entrega)
  • Realizar Reunião de Retrospectiva (na minha opinião é a prática mais essencial pois é o evento para a melhoria contínua)
  • Ter um papel responsável pelo valor do produto (Product Owner)
  • Ter um papel responsável pelo processo (Scrum Master)
  • Ter um papel responsável pelo desenvolvimento (Time de Desenvolvimento)

Note que o Scrum atua apenas no nível de gestão. O framework é simples de entender, mas não é fácil de utilizá-lo, por isso é essencial a melhoria contínua em sua adoção. Um dos motivos de que um time passa por problemas na adoção do Scrum é porque o time utiliza apenas o framework (que é de gestão) sem utilizar outras práticas ágeis, principalmente de engenharia. Nas reuniões de retrospectiva, utilize a melhoria contínua para evoluir nisso, tanto para práticas gestão quanto de engenharia. Algo muito interessante de investir são em práticas emergentes.

Veja que Scrum não é somente para software, tanto que em seu guia nada se diz sobre software. Ou seja, Scrum não define user stories, integração contínua, ou qualquer outra prática ágil de desenvolvimento de software. Essas práticas estão no XP (eXtreme Programming), que é uma metodologia ágil de desenvolvimento de software, sendo mais prescritiva que o Scrum (obviamente).

Muito se fala que se não adotar o Scrum exatamente, então está se fazendo ScrumBut. Ano passado (2014) no Agile Brazil em Florianópolis, eu estava trocando uma ideia no estande da Adaptworks quando falei que o “Scrum é But por natureza” (querendo dizer que devemos adaptar inclusive próprio Scrum). No mesmo momento, o Alexandre Magno falou: “Não! Scrum é Inspect&AdaptBut!”. Realmente, O Scrum define um mecanismo de inspeção e adaptação, mas proíbe que seu framework seja modificado.

Melhoria contínua no Scrum foi um dos assuntos da palestra O Julgamento do Scrum do Alexandre Magno no Agile Brazil 2013, por sorte eu estava lá assistindo, em Brasília! Essa palestra me fez reconhecer que precisamos refletir a utilidade do Scrum em cada contexto, assim como qualquer outra abordagem ágil. Seguem os slides desta palestra:

Adicionalmente, o Alexandre Magno traz a ideia de Práticas Emergentes, de resolver o problema existente com práticas criativas. Eis a palestra:

E seguem os slides dessa palestra Práticas Emergentes:

“Não é necessário mudar. A sobrevivência não é obrigatória.” William Edwards Deming


Conheça mais sobre o livro de eXtreme Programming

livro xp

Link para o livro www.casadocodigo.com.br/products/livro-xp-extreme-programming

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